Woody Allen está de volta às telonas com seu novo filme- Para Roma, com Amor. Em mais uma de suas deliciosas comédias, Allen trabalha seus temas preferidos: relacionamento recheados de infidelidade, mulheres surtadas, artistas fadados ao fracasso, tendo como pano de fundo a cidade mais romântica do mundo em um enredo que une histórias paralelas (um filme em episódios, clichê do cinema italiano).
Quem conhece um pouco desse brilhante autor sabe do seu talento para o turismo. Depois de inúmeras filmagens em Nova York, sua cidade natal, Allen explorou os grandes centros europeus: Já vimos o melhor da Espanha em Vicky Cristina Barcelona (2008), as facetas encantadoras da cidade luz em Meia-Noite em Paris (2010), e agora é a vez de Roma.
Para Roma, com Amor, é uma história recortada, como as ruelas de pedra de Roma atravessando as principais atrações da cidade. São 4 histórias distintas que não se cruzam. Hayley (Alisson Pill) é uma americana que se envolve com um desconhecido italiano, Michelangelo (Flavio Parente), e a história se desenrola até os pais da moça (Judy Davis e Woddy Allen) chegarem para conhecer o rapaz e sua família antes do casamento. Woody Allen faz um paranóico e fracassado produtor de óperas estagnado por causa de suas ideias transgressoras e ao conhecer o pai do noivo (Fabio Armiliato), apaixona-se pela sua voz ao ouvi-lo cantando no chuveiro. A partir daí, instala-se uma obsessão por transformar o sogro de sua filha em cantor.
Leopoldo Pisanello (Roberto Benigni) interpreta um romano de classe média que fica famoso da noite para o dia e de repente se vê as voltas com um mundo de fama, tietes e papparazzi. Uma pessoa que é famosa por ser famosa. Nada mais.
John (Alec Baldwin) é um arquiteto de sucesso que passa férias na Europa e por acaso conhece Jack (Jesse Eisenberg), um estudante de arquitetura que se vê envolvido em um triângulo amoroso com a namorada (Greta Gerwic) e sua melhor amiga (Ellen Page). Não se sabe, entretanto, se Baldwin é parte da imaginação de Eisenberg ou se o jovem é que é uma manifestação do outro na juventude, mas isso fica implícito de um jeito ironicamente divertido.
E a última das histórias trata de um casal (Alessandro Tiberi e Alessandra Mastronardi), que vão à Roma atrás de uma oportunidade de emprego para ele, mas as coincidências fazem com que ele tenha que apresentar à sociedade uma prostituta (Penélope Cruz), enquanto sua esposa de verdade está imersa no mundo dos astros de cinema italianos.
Sem atuar desde “Scoop – O Grande Furo”, de 2006, Woody Allen volta para a frente das câmeras misturando ilusão e realidade e fazendo piada dos costumes italianos. O resultado é o esperado: um filme divertido e leve, fantasioso e verossímil, com pitadas de romantismo e nostalgia.
Os críticos acharam o filme gostoso mas fizeram objeções. Estreou semana passada nas maiores salas do país. Vamos esperar chegar em Londrina para formarmos a nossa opinião, né? De qualquer forma, sabendo que é mais um de Woody Allen, já compramos o ingresso com expectativas.