Em Olinda, terra de pretos, nasceram 3 galegos diferentes, bem como disse João Valadares, o jornalista que apresentou ao mundo essa história:
“Nasceram sem cor, numa família de pretos. Três irmãos que sobrevivem fugindo da luz, procurando alegria no escuro. O mais novo diz que é branco vira-lata. Os insultos do colégio viraram identidade. A mãe cochicha que são anjinhos. Eles têm raça sim. São filhos de mãe negra. O pai é moreno. Estiraram língua para as estatísticas e, por um defeito genético, nasceram albinos. Negros de pele branca. A chance dos três nascerem assim na mesma família era de uma em um milhão. Nasceram. Dos cinco irmãos, apenas a mais nova é filha de outro pai. Esta é a história do contrário“.
O fato é tão raro que deu origem a um lindo ensaio fotográfico realizado pelo pernambucano Alexandre Severo, que acompanhou os dias dessas crianças albinas nascidas numa família pobre de negros que enfrentou todo tipo de questão: do estranhamento da mãe quando os filhos nasceram à atuação física dos genes recessivos que se manifestaram ali, naqueles três anjos.
